Raças de cães não explicam seu comportamento, dizem cientistas

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Segundo cientistas, as raças de cães não dizem tanto sobre seu comportamento quanto pensávamos.

A escolha de uma raça de cão é muitas vezes mais do que aparência. Caso o desejo seja um cachorro leal e brincalhão, alguns recomendarão um collie. Por outro lado, quando se pensa em um cachorro mais bravo, muitos irão preferir um rottweiler ou um pitbull.

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Raças de cães não explicam seu comportamento

Durante muito tempo, as raças de cães têm sido determinadas por certos comportamentos e temperamentos, contudo, curiosamente, novas análises genéticas indicam que a raça por si só não é uma boa base para determinar o comportamento canino.

Estudos com genomas de 2.155 cães, incluindo 78 cães de raça pura e cães misturados ou vira-latas, foram encontrados poucas versões genéticas que tenham hipóteses de descrever comportamentos caninos típicos.

Aspectos comportamentais só foram vistos a partir de mais de 18.000 respostas de questionários do estudo de donos de cachorros de raça pura.

Por fim, os pesquisadores constataram 11 pontos de vista no genoma do cão que permanecem fortemente associados a aspectos de comportamento, tais como a forma como um cão segue as instruções ou o quanto uiva. No entanto, nenhuma reivindicação era específica da raça.

A propósito, a raça pode descrever apenas 9% das mudanças comportamentais identificadas entre cães específicos, e nenhuma característica comportamental era exclusiva de uma única raça canina.

A idade e o sexo de um cachorro eram na realidade preditores melhores e mais específicos do comportamento canino.

“A maioria dos comportamentos que consideramos propriedades de certas raças modernas de cães deve-se possivelmente a milénios de evolução do lobo para o canino selvagem, para o cão domesticado e, por fim, para as raças modernas”, diz Elinor Karlsson, que estuda comparações genômica da Universidade de Massachusetts.

“Estes aspectos hereditários são anteriores ao nosso julgamento das raças de cães modernas por milénios”.

A maioria das raças de cães que encontrará hoje só foram celebradas como pedigrees no século 21 ou 20, selecionadas por padrões estéticos ou físicos. Anteriormente, os filhotes foram selecionados com base em previsões de quão bem caçariam, guardariam ou pastoreavam.

Padrões complexos como o comportamento, que emergem de vários pequenos genes interagindo entre si e com o ambiente, têm certamente o potencial de serem herdados de uma geração de cães para a seguinte, mas os donos modernos de animais de estimação podem não ter tido tempo suficiente para ter um efeito real nas raças que conhecemos hoje. Pelo menos quando olhamos para as contribuições dos nossos próprios antepassados.

Só foi encontradas diferenças sutis no comportamento dos cães de diferentes raças.

E as diferenças ficam ainda mais sutis quando se entende que mais de metade os cachorros puros dos EUA possuem ancestrais de mais de uma raça.

Se os pesquisadores estiverem corretos, muitas leis que classificam certas raças como agressivas podem estar infundadas.

A pesquisa é uma das pioneiras a analisar a genética por detrás do comportamento canino.

É só o começo. É preciso mais investigações para decodificar a genética por trás do comportamento canino.

Por hora, podemos concluir que, o motivo do seu cão obedecer seus comandos pode ter mais haver com seus antepassados do que com o trabalho dos adestradores da atualidade.

A pesquisa foi publicada na Science.
Fonte: https://www.sciencealert.com/the-breed-of-your-dog-may-have-less-to-do-with-their-behavior-than-you-think

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